terça-feira, 22 de setembro de 2009

STC-NG7/DR4

Introdução
Naturalista britânico, inicia estudos de Medicina e de Teologia, mas em 1831, aprende bastante de Botânica, Entomologia e Geologia, é recomendado para uma expedição científica a bordo do Beagle. A volta ao mundo do Beagle dura cinco anos, durante os quais Darwin forma a sua colecção de naturalista, acumula observações práticas e modifica os postulados teóricos básicos da ciência biológica da época. Aos 27 anos, de regresso a Inglaterra, decide dedicar a sua vida à ciência. Em 1842, com a herança paterna, retira-se para uma casa no campo, onde vive consagrado ao estudo até à morte.
No estudo A Origem das Espécies formula a teoria da evolução dos seres vivos mediante uma selecção natural que favorece nos indivíduos variações úteis na luta pela existência; estas variações transmitem-se, reforçadas, aos descendentes.
Charles Darwin formula a doutrina evolucionista, segundo a qual as espécies procedem umas das outras por evolução. Em virtude da selecção natural sobrevivem os indivíduos e as espécies melhor adaptados. Estas ideias revolucionam as concepções biológicas da sua época.
A esta obra segue-se A Origem do Homem, em que aprofunda a sua teoria sobre a descendência do homem e do macaco de um antepassado comum. Por formular estas ideias vê-se violentamente combatido pelas mais diversas correntes religiosas, que vêem no homem a imagem de Deus. Consequentemente, em redor do pensamento de Darwin cristalizam as polémicas vitorianas sobre a natureza social, metafísica e fisiológica do homem.
O impacto desta obra é imediato e sensacional. O público culto já está introduzido na concepção da evolução, mas o facto de um cientista respeitado contribuir com tal quantidade de evidências para provar esta ideia revolucionária convence um grande número de cientistas importantes, de modo que, por muitos oponentes que tenha, a opinião geral torna-se favorável.
Darwin tem uma influência decisiva sobre a literatura da segunda metade do século XIX e contribui involuntariamente para o advento do naturalismo literário.
Desenvolvimento
Charles Darwin nasceu a 12 de Fevereiro de 1809 no seio de uma família abastada. O seu pai era um médico famoso e altamente respeitado e Susannah, sua mãe, pertencia a uma importante família de fabricantes de cerâmica.
Darwin não foi um aluno brilhante, pois não se interessava pelas matérias que lhe ensinavam na escola. Estava destinado a viver da fortuna da família, mas o seu pai convenceu-o a optar por uma profissão. Em 1825, Charles Darwin foi estudar medicina, tendo desistido dois anos mais tarde, para ingressar no curso de direito na Universidade de Cambridge. Um dos seus professores, Prof. Henslow, convenceu-o a levar mais a sério o seu interesse pelas Ciências.
Em Janeiro de 1831, Darwin formou-se. O Prof. Henslow falou-lhe então de um navio, o H.M.S. Beagle, que iria partir para uma viagem à volta do mundo numa missão de investigação e, assim, em 27 de Dezembro de 1831, Darwin partiu numa expedição que iria durar cinco anos e que se iria tornar um marco da história da Ciência.
O governo inglês queria contribuir para a cartografia de zonas pouco conhecidas da costa sul-americana. Para esta tarefa, era necessário um naturalista, para observar e coleccionar tudo o que houvesse de interesse — Darwin, devido à sua juventude, era a escolha acertada.
A viagem do Beagle começou a 27 de Dezembro de 1831 e durou 5 anos. Durante este tempo percorreu toda a costa sul-americana, parou em todas as ilhas das Galápagos, continuando para a Austrália e depois para Sul de África.
Darwin teve oportunidade de observar diferentes fenómenos da natureza que lhe despertaram a curiosidade e que viriam a ser pilares no desenvolvimento da sua teoria. Na Argentina, desenterrou ossos de animais já extintos, mas que apresentavam algumas semelhanças com espécies actuais.
Mais tarde, no Chile, presenciou um vulcão em plena erupção; as Galápagos apresentavam uma fauna e flora peculiares, que lhe proporcionaram o estudo das iguanas, tentilhões e tartarugas.
Após a chegada do Beagle a Inglaterra, o trabalho de Darwin como naturalista tinha de ser terminado. Para isso, instalou-se em Londres, onde editou dois livros: um livro que descrevia o trabalho zoológico durante a viagem e outro que era o seu diário de bordo.
Pouco tempo depois do seu casamento com Emma Wedgwood, a família mudou-se para a aldeia de Down no Sudeste da Inglaterra. Foi aqui que desenvolveu a teoria que o tornaria famoso e que iria revolucionar o pensamento. Darwin permaneceu nesta casa o resto da vida rodeado apenas pela família e alguns amigos mais íntimos.
To das as informações recolhidas durante a viagem e os relatórios que os seus colegas prepararam (baseados nas espécies enviadas por Darwin) alertaram-no para algumas questões.
As tartarugas das Galápagos eram suficientemente parecidas para terem uma origem comum, mas pertenciam a 7 espécies diferentes, e cada espécie vivia numa só ilha. Um fenómeno semelhante acontecia com os tentilhões. Darwin concluiu que as ilhas tinham sido povoadas a partir do continente e que as características de cada ilha tinham condicionado a evolução das espécies, levando assim à sua diferenciação. Esta conclusão levou Darwin a juntar-se à corrente evolucionista, já defendida por outros como Lamarck.
Segundo Lamarck, todas as espécies tinham evoluído a partir de outras espécies ancestrais. E as novas características adquiridas pelos seres vivos deviam-se à necessidade de adaptação ao meio que os rodeava. Sendo assim, se um órgão ou função de um ser vivo fosse muito utilizado, este tornava-se mais forte, mais vigoroso e de maior tamanho. Mas se um órgão ou função não fosse utilizado, atrofiava e acabaria por desaparecer. Estas características eram, por sua vez, transmitidas às gerações seguintes. A adaptação era progressiva e caminhava para a perfeita interacção com os factores ambientais. Desta forma, Lamarck explicava o tamanho do pescoço das girafas ou dos flamingos.
Darwin veio modificar a teoria de Lamarck tornando-a mais verdadeira. Segundo esta teoria, o número de indivíduos de uma espécie não se altera muito de geração em geração, pois uma boa parte dos indivíduos de uma geração é naturalmente eliminada, devido à luta pela sobrevivência. Assim, os indivíduos que sobrevivem são os mais aptos e melhor adaptados ao meio ambiente, os outros são eliminados progressivamente. O resultado desta luta é uma selecção natural que ocorre na natureza, privilegiando os melhores dotados relativamente a determinadas condições ambientais. Como as formas mais favorecidas têm uma maior taxa de reprodução em relação às menos favorecidas, vão-se introduzindo pequenas variações na espécie que a longo prazo levam ao aparecimento de uma nova espécie. Como os mecanismos hereditários ainda não eram conhecidos, Darwin não conseguiu explicar como surgiam as variações dentro das espécies, nem como eram transmitidas às descendências.
Ao mesmo tempo que Darwin definia a sua teoria, o naturalista Wallace enviou-lhe o seu trabalho, com uma teoria muito próxima à sua, para que Darwin desse a sua opinião. Este facto apressou todo o processo e pouco tempo depois, Darwin apresentou a sua teoria e a de Wallace à Linnaean Society.
Dedicou o ano seguinte a escrever um livro, que em quatro volumes resumia a sua teoria, ao qual Darwin chamou de "On the origin of species" (A origem das espécies).
O livro esgotou no primeiro dia de vendas e levantou uma tempestade de ideias que dificilmente se acalmou. A Igreja Católica contestou ferozmente a teoria, pois esta desmentia alguns dogmas seculares. Além disso, reduzia-nos a um universo apenas material, onde todo o processo de criação se devia ao ambiente e não a Deus. Darwin sempre negou a sua intenção de destruir a imagem de Deus e manteve-se devoto até ao fim da sua vida.
Darwin publicou muitas outras obras expondo as suas teorias e a sua biografia. Foi igualmente pioneiro em muitos temas controversos no campo das ciências. As suas ideias foram realmente revolucionárias, tendo iniciada uma linha de pensamento totalmente original.
Morreu a 1 de Abril de 1882, tendo sido sepultado na Abadia de Westminster — devido à sua popularidade, o governo concedeu-lhe esta honra, ainda que contra a vontade da família.
Frases Célebres de Charles Darwin
"A man’s friendships are one of the best measures of his worth" (as amizades de um homem são uma das melhores medidas do seu valor).
"An American Monkey after getting drunk on Brandy would never touch it again, and this is much wiser than most man" (um macaco americano depois de se embebedar com brandy nunca mais volta a bebê-lo, neste sentido é muito mais sensato do que a maioria dos homens).
Há grandeza neste modo de ver a vida, com as suas potencialidades, que o sopro do criador originalmente imprimiu em algumas formas ou numa só; e assim, enquanto este planeta foi girando de acordo com a lei imutável da gravidade, a partir de um início tão simples evoluíram inúmeras formas mais belas e mais maravilhosas.
Charles Darwin - A origem das Espécies
Conclusão
Assim, a teoria da evolução das espécies baseia-se nestes conceitos: origem da vida; provas de evolução a partir de campos biológicos diversos (semelhanças quanto à forma, embriológicas, bioquímicas ou achados paleontológicos); factores de evolução: herança (que conserva os caracteres), variabilidade (mutação, recombinação de genes), selecção natural (o meio actua sobre as variações, com os mais fortes a imporem-se aos mais fracos) e isolamento.
O evolucionismo rapidamente se expande para além das ciências da vida a outras áreas do conhecimento, universalizando-se e adaptando-se aos seus princípios científicos. Na filosofia, é entendido como lei geral dos seres comum a toda a espécie de existência, em geral ou em particular; na antropologia e na sociologia, está por detrás da concepção de que o desenvolvimento das sociedades e das instituições seguiu uma certa orientação através de etapas vencidas por meio de leis demonstráveis (Comte); atinge também a política e a história. Abre, pois, novas perspectivas e considerações em variadíssimos ramos do saber, mantendo as suas questões tradicionais grandes e aceso debate a nível filosófico.
No mundo de hoje, o evolucionismo surge como uma doutrina extraordinariamente actual e dotada de argumentos capazes de criar rupturas com o tradicionalismo e as convenções clássicas, conduzindo o Homem a uma reabordagem constante da sua própria evolução biológica. O universo e a vida, em todas as suas manifestações, e a natureza nos seus múltiplos aspectos são cada vez mais entendidos como resultado do desenvolvimento, por oposição às ideias religiosas da criação inicial. O evolucionismo pressupõe serem mais plausíveis a mudança, o desenvolvimento e a adaptação como mecanismos de explicação do conjunto dos organismos vivos.

Bibliografia:
Porto Editora, Diciopédia 2003
www.vidaslusofonas.pt
www.ajc.pt
www.naturlink.pt

STC-NG7/DR2



O que é a ciência? A ciência caracteriza-se como explicação racional de fenómenos, com vista à resolução dos problemas que nos afligem. No entanto, o seu papel, e a sua tomada de posição perante os diversos assuntos que agitam a sociedade, têm variado de época para época. Actualmente, estes parâmetros da ciência ainda não estão completamente definidos. Este facto deve-se à crise que abalou a comunidade científica há cerca de meio século, criando a difícil transição daquela que era a Ciência Moderna para a actual e ainda pouco definida Nova Ciência.
Da Antiguidade até ao séc. XVII (aproximadamente), a ciência e a filosofia formavam um todo (a ciência tinha, até, o nome de filosofia natural), muito controlado pela religião. O cristianismo limitava as investigações e, consequentemente, todo o progresso da ciência. Contudo, o aparecimento da astronomia e física modernas fazem diminuir progressivamente o controlo da religião sobre a ciência, permitindo que esta se torne numa entidade autónoma e independente. É assim que a Ciência Moderna nasce no séc. XVI, quando as sociedades ocidentais e a Igreja se viram confrontadas com a importância das descobertas que se faziam. O renascimento cria uma profunda revolução científica que transtorna os conceitos e as ideias fundamentais da Natureza, do Homem, e do Universo.
Estas descobertas devem-se, entre outros, a Copérnico, Galileu, Newton e Descartes. Todos estes cientistas foram, no fundo, os fundadores da Ciência Moderna.
Esta ciência assenta em dois grandes pressupostos, que a caracterizam. O primeiro é a rejeição absoluta dos dados dos sentidos (experiência imediata) e do senso comum (preconceitos). Ao duvidar desses dados, a Ciência Moderna afirmava que estes eram úteis apenas para o conhecimento vulgar, mas que viriam iludir e induzir em erro o conhecimento científico. A experiência seria importante apenas como ponto de partida para uma investigação, ou como confirmação das teorias criadas. O segundo pressuposto baseia-se na Matemática. A Ciência Moderna só considerava verdadeiro o que era quantificável: «o rigor científico, só poderia assentar nos aspectos quantificáveis dos objectos e, por consequência, no rigor das medições» 1. Assim, tudo o que não podia ser traduzido em números, utilizando a Matemática, era cientificamente irrelevante. Hoje, considera-se que este rigor matemático desqualificou os objectos, pois tirou-lhes as relações (parte muito importante do seu conceito) com o seu meio envolvente.
A Ciência Moderna também tinha um método próprio, que consistia em dividir a realidade em porções, de modo a poder simplificá-las, entendê-las, analisá-las e classificá-las uma a uma. De seguida, voltava a juntar todas estas porções, e acreditava ter diante de si um estudo fiável que abrangia toda a realidade. Para criar uma verdade absoluta, a Ciência Moderna isolava-se da realidade, num laboratório, no qual entendia obter resultados racionais e absolutos.
O modelo desta ciência designa-se por modelo mecanicista, que encara o Universo como uma máquina (um mecanismo de relógio, por exemplo), cujos resultados são previsíveis através de leis físicas e matemáticas. O modelo mecanicista baseia-se em três preconceitos, ou três premissas: a homogeneidade da matéria, a regularidade cíclica dos acontecimentos, e a causalidade ou racionalidade do Universo. No geral, estas premissas deixam claro que existe ordem e estabilidade no mundo (as leis que se verificam aqui, também se verificam em qualquer outro ponto do Universo), que os acontecimentos do passado repetem-se no futuro, sendo assim possível a sua previsão, e que o mundo é racional, comandado por uma força inteligente. A Ciência Moderna defende a imutabilidade da espécie humana.
Pode dizer-se que outra característica da Ciência Moderna, resultante das grandes descobertas que se fizeram sob a sua influência, é o facto de ter proporcionado uma nova visão do mundo. Esta visão queria-se racional, sem ilusões, e distinta da visão medieval do mundo que veio substituir: o nosso planeta já não era o centro do Universo (graças a Copérnico), a vida não surge de geração espontânea, não somos a obra de um ser divino, mas descendemos do macaco (graças a Darwin), os impulsos inconscientes da nossa mente (graças a Freud) e muitas outras descobertas que, de certo modo, vieram “desencantar” (ou confundir) a sociedade.
Foi então que todo este conceito de Ciência Moderna, ao ser posto à prova, falhou. O primeiro a contribuir para esta crise foi Albert Einstein que, ao criar a noção de que não existe simultaneidade universal (não pode ser verificada a simultaneidade de acontecimentos distantes), descredibilizou a existência de espaço e tempo absolutos, defendidos por Newton. Este conceito mostrou também que as leis da Física e da Geometria são baseadas em medições locais, não podendo ser universalizadas. A premissa do modelo mecanicista que afirmava a homogeneidade da matéria estava assim posta em causa.
Ao provarem-se relativas, as leis de Newton inspiraram o Princípio da Incerteza, de Werner Heisenberg. Este princípio traz uma nova visão do conhecimento, assegurando que este é limitado e aproximado, e que os resultados que dele obtemos são meramente probabilísticos, relativos e parcelares. Esta nova caracterização do conhecimento deve-se ao facto de Heisenberg ter demonstrado que, ao observar e analisar um objecto, o sujeito confunde-se com ele, invade-o, influenciando assim o seu conceito («não conhecemos do real senão a nossa intervenção nele») . Ao provar que, mesmo quando estudamos um objecto em laboratório, este é manipulado ou alterado pela intervenção do sujeito, o método “extremista” da Ciência Moderna (que consistia em isolar-se da realidade num laboratório para obter um estudo fiável dessa mesma realidade) foi, de certo modo, posto de lado. As leis da Física foram, também elas, consideradas probabilísticas, e conclui-se que a totalidade do real não se reduz à soma das partes em que foi dividido para análise, inviabilizando a hipótese mecanicista.
Outro contributo para a crise da Ciência Moderna foi Kurt Gödel, que, através das suas investigações (baseadas na demonstração de que era possível formular proposições individuais que não se podem demonstrar nem refutar usando a Matemática) provou que a Matemática carece de fundamento. Ao questionar o rigor da Matemática, o principal alicerce da Ciência Moderna (que consistia em considerar verdadeiro apenas o quantificável e cujo conhecimento se baseava em cálculos e no rigor de medições), desmoronou-se.
Por fim, descobriu que, em sistemas abertos, a evolução não é previsível, pois explica-se por variações de energia que desencadeiam reacções que, ao tornarem o sistema instável, o conduzem a um novo estado macroscópico (esta transformação é irreversível). Surgiu então um tempo de reflexão sobre a Ciência Moderna. Assim, esta descoberta, para além de inviabilizar o preconceito da Ciência Moderna que assegura a regularidade cíclica e previsível das alterações do Universo, levou a uma nova concepção da matéria e da Natureza.
O fim da Ciência Moderna foi então acelerado e marcado pela 2ª Guerra Mundial. As consequências desta guerra, que não tinham sido previstas, levaram a comunidade científica da altura a questionar-se sobre o quão ético e correcto fora o lançamento das bombas nucleares no Japão. Essas consequências vieram provar que, para além de não serem verdadeiros os pressupostos da Ciência Moderna, a ausência de valores humanos nesses pressupostos tinha levado às consequências nefastas que se verificaram.
Em resposta a esta crise, surge um novo movimento científico, que se destaca pela sua oposição total às bases que sustentam a Ciência Moderna. Passou a entender-se que as leis, para além de serem uma simplificação da realidade, têm um carácter meramente probabilístico e provisório. Considerou-se que o modelo matemático da Ciência Moderna, isto é, a ideia de que a Matemática pode abranger tudo, e de que tudo é quantificável, constitui apenas uma limitação para o nosso conhecimento e para a nossa apreensão da realidade. Isto deve-se ao facto dos objectos não se reduzirem apenas aos seus aspectos quantificáveis, e de a sua quantificação não ter em conta as relações complexas estabelecidas entre o objecto e o resto do mundo. Assim, passam-se a utilizar vários métodos para estudar a realidade, dependendo daquilo que queremos demonstrar. Também, já não se considera a separação entre sujeito e objecto: entende-se agora que o objecto é uma continuação do sujeito. A incerteza já não é considerada como uma limitação técnica, mas é um elemento fundamental para se entender o mundo que estudamos – a ciência é agora um esforço de eliminação de erros. Considera-se então que não existem ciências exactas, nem verdades absolutas. O senso comum também foi aceite por esta nova comunidade científica, tendo em conta que é visto como “sabedoria da vida”, logo, constitui conhecimento que se pode revelar útil no entendimento de certos aspectos do mundo. Assim, a ciência também ela, tem como objectivo transformar-se em sabedoria da vida. Menos arrogante, esta nova forma de encarar o conhecimento e a ciência designa-se por Ciência Pós-Moderna, ou Nova Ciência.
Mas, e sendo considerado como recente o surgimento desta Nova Ciência, esta ainda não está completamente definida. Para que o seu conceito seja estabelecido e aplicado internacionalmente, é necessário que haja um consenso em toda a comunidade científica. Só desta forma poderá ser criado um novo paradigma – conjunto de métodos e critérios que regem a actividade científica. Até que seja definido o paradigma para a Nova Ciência, pode dizer-se que, actualmente, o mundo científico está em crise. Naturalmente, esta crise não impede o progresso científico e tecnológico, bem pelo contrário. Vivemos numa época extremamente criativa e produtiva a estes níveis, em parte devido à ausência de paradigma, que proporciona uma maior liberdade. No entanto, esta liberdade não implica que qualquer teoria seja considerada válida! Assim, os cientistas têm que ver a sua tese aceite por toda a comunidade científica para que esta possa ser vista como uma teoria válida. Para fazer aceitar a sua teoria, o cientista já não se limita a fazer uma demonstração: o elemento argumentativo é fundamental. Verifica-se uma maior exigência e rigor na obtenção do conhecimento científico e das teorias consideradas válidas, levando a que se façam menos descobertas realmente significantes, mas que estas sejam mais fiáveis.
O avanço da tecnologia leva a que a verdade, na Nova Ciência, seja vista como efémera. É aceite apenas enquanto os seus argumentos são válidos, e antes que seja substituída por outra teoria (com melhores argumentos, e menos erros). Esta verdade resulta de uma relação dialogante entre a realidade e as competências do homem (lógica, memória, reflexão crítica, etc.).
Desta forma, ao serem agora toleradas as interferências dos valores humanos, e ao aceitar-se a efemeridade da verdade, iremos obter um conceito mais abrangente, viável, e realístico do conhecimento.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

NG6/DR3-Cultura


A região de Coimbra onde eu vivo, é na minha opinião muito rica a nível cultural, muito por culpa da comunidade estudantil. Esta comunidade é responsável pela criação de muitas tertúlias, onde dão aulas de teatro, música, pintura, dança etc… Eu próprio frequentei uma tertúlia e ainda o centro cultural Norton de Matos onde tive aulas de guitarra. Em Coimbra sempre que quisermos ver uma peça de teatro podemos deslocar-nos ao mítico teatro Académico Gil Vicente ou então ao mais recente teatro Escola da Noite, a casa da cultura é também um dos sítios onde podemos assistir a peças de teatro, aliás foi lá que assisti á minha última peça de Teatro até agora (Auto Da Barca do Inferno). Em termos de museus, os que podemos visitar em Coimbra são: Museu Botânico de Coimbra, Casa-Museu Miguel Torga, Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, Museu Didáctico do Instituto de Arqueologia, Museu Militar de Coimbra, Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra, Museu Nacional da Ciência e da Técnica Dr. Mário Silva, Museu Antropológico da Universidade de Coimbra, Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, Museu Nacional Machado de Castro, Casa-Museu Bissaya Barreto, Museu Monográfico de Conímbriga e o Portugal dos Pequeninos (Talvez uma das coisas mais bonitas para se ver em Coimbra (e olhem que Coimbra tem muita coisa bonita para se ver). É um país em miniatura...". Para quem gosta de ver um bom filme pode fazê-lo nos cinemas dos centros comerciais DolceVita e Fórum Coimbra. Com muita pena minha já não vou ao cinema há algum tempo a ultima vez que o fiz foi para ver o filme Pirata das Caraíbas “O Cofre do Homem Morto”. Na minha opinião até há bem pouco tempo a cultura portuguesa passou por uma fase de declínio principalmente ao nível do teatro, mas penso que isso está a mudar as pessoas estão cada vez mais a frequentar as peças de teatro, os museus e até os cinemas. Quanto ás politicas culturais do governo, bem eu penso que não foi graças a elas que esta adesão das pessoas aos programas culturais aconteceu. Penso que apesar de estarmos em crise as pessoas procuram cada vez mais algo que lhes permita fugir dos stresses do dia-a-dia. Nada melhor do que uma peça de teatro, um concerto ou um filme para nos levantar a moral.

domingo, 28 de junho de 2009

NG6 - DR4

A evolução da emigração Portuguesa

Desde a época dos descobrimentos que o fenómeno emigratório é uma das constantes da História de Portugal.
Apesar disto o maior movimento emigratório português correspondeu ao período entre 1966 e 1972. Nos primeiros anos assistiu-se a uma emigração clandestina em que os homens emigravam em busca de sustento para a família, só alguns anos mais tarde as famílias se viriam a juntar a estes. A grande vaga de emigração deste período ficou a dever-se a diversos factores: o acentuado atraso económico do nosso país, em especial do mundo rural e da industrialização, a guerra colonial, as perseguições políticas e os elevados salários auferidos noutros países europeus.
Os destinos preferidos passaram a ser os países industrializados da Europa Ocidental e Central, com destaque para a França e a República Federal Alemã. Estes países que, após a 2ª Guerra Mundial, entraram numa fase de prosperidade e de expansão da sua economia, necessitavam de mão-de-obra barata para a indústria, construção civil e serviços pouco qualificados. Também emigraram para a América.
As consequências deste elevado fluxo migratório foram várias, de que se destacam: o envelhecimento da população portuguesa, o agravamento da crise agrícola e o aumento da importação de bens essenciais. Se, por um lado, a emigração trouxe estes inconvenientes, também teve aspectos positivos. Os próprios emigrantes viram melhoradas as condições de vida das suas famílias, e contribuíram também para modernizar as suas aldeias. Ao mesmo tempo, o País saiu beneficiado com as remessas dos emigrantes em divisas estrangeiras que, juntamente com as receitas do turismo, se tornaram indispensáveis ao equilíbrio da balança comercial deficitária e ajudaram a dinamizar a economia nacional.
A partir de 1973, a emigração permanente diminuiu. As principais causas, a nível internacional, foram a crise económica (provocada pela crise do petróleo) e a modernização das diversas actividades económicas, que deram origem ao aumento do desemprego, levando os países receptores a impor restrições à imigração. A nível nacional, a Revolução de 25 de Abril de 1974 contribuiu também para o decréscimo da emigração por causa do fim da guerra colonial, da democratização da sociedade portuguesa e da abertura da nossa economia ao exterior. Estes factores criaram novas expectativas, relativamente à melhoria das condições de vida em Portugal.
Actualmente, muitos portugueses emigram, temporariamente, para países como a Alemanha, a Suíça ou a França onde trabalham, sobretudo, na construção civil, na hotelaria e na agricultura. Também há portugueses que trabalham temporariamente no estrangeiro, como representantes de Portugal nas instituições comunitárias (UE), além dos arquitectos e técnicos de construção que exercem funções em alguns países do Médio Oriente ou nas antigas colónias portuguesas (sobretudo em Angola, Guiné e Moçambique).
Com a internacionalização de muitas empresas portuguesas, existem também quadros dirigentes e profissionais qualificados que vão trabalhar para outros países.
Portugal continua a ser um país de emigrantes, principalmente temporários, mas também nos transformámos num país de imigrantes. As comunidades imigrantes mais numerosas são as dos países de leste (ucranianos, moldavos, russos, romenos), de expressão portuguesa e da China.
Na minha família tenho um tio e uma tia que emigraram na década de 70 para a França, e lá tiveram filhos e netos, normalmente só vem para Portugal passar férias e ao que sei não fazem tenções de voltar definitivamente. Também tenho tios no Brasil que tal como os anteriores constituíram família e não pretendem voltar a Portugal. No meu ponto de vista vai haver de novo um "boom" da emigração em Portugal, devido a crise politica e financeira que se vive no país.Os Portugueses vão tentar emigrar de novo para países onde não se sinta tanto esta crise que assola o mundo mas que se sente mais no nosso país.

terça-feira, 31 de março de 2009

NG:6 - DR:1- (Arquitectura e Construção)

Na minha opinião este conceito é muito vasto pois tudo depende do gosto de cada um. Uns preferem casas tecnologicamente avançadas, outros preferem casas contemporâneas e outros casas rústicas, etc…Hoje o que é uma casa ideal para nós amanhã pode já não o ser.
No que a mim diz respeito a minha casa ideal tem que ter boa exposição solar ou seja tem que estar virada para nascente, ser funcional, espaçosa, em termos de divisões tem que ter no mínimo 3 quartos e uma suite com closet e casa de banho, uma sala de estar com lareira, uma sala de jantar, uma cozinha, 2 casas de banho, uma sala de cinema não muito grande, um bar e uma garagem para três ou quatro carros.
A nível de exteriores tem que ter um jardim relativamente grande, piscina interior, um lago biológico com uma cascata, um mini campo de futebol.
Ecologicamente falando tem que ser uma casa “amiga do ambiente”, que respeite todas a normas ambientais como por exemplo o uso de painéis solares, energia eólica, lâmpadas economizadoras de energia etc...
Em termos tecnológicos tem que ter rádio digital na casa toda, com despertar automático em que na hora definida para despertar, se ouça um canto de pássaros ou um som agradável. Começa calmamente e, passado um minuto e meio, atinge o nível de volume que eu defina. Os sons podem ser: pássaros matinais na floresta, um som relaxante, sons da floresta africana ou espanta-espíritos ao vento. O som de nível crescente tem que tornar o processo de despertar simpático e agradável, para garantir que eu não seja acordado abruptamente. Tem que ter também rede wireless na casa toda para eu poder aceder á internet em qualquer local da casa.
Resumindo e concluindo, o que torna uma casa ideal para mim é o conforto e principalmente eu poder partilhá-la com as pessoas de quem mais gosto, principalmente a minha namorada. Sem isto,todo o resto se torna obsoleto.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Reflexão MassMedia NG5 DR3/DR4

O Homem, desde sempre, necessitou de comunicar, ou seja, trocar ideias, expressar opiniões, no fundo partilhar algo com os seus semelhantes. Tendo em conta um período relativamente recente, apareceram os MassMedia, que englobam, entre outros, o cinema, a televisão, a rádio, a imprensa e mais recentemente a Internet que é considerado o maior depósito artístico de sempre. Os MassMedia são não só um produto da história, mas desempenham, actualmente, um papel muito próprio na formação da história.
Hoje, quer consciente quer inconscientemente, os media tornaram-se parte integrante da nossa vida quotidiana tendo em conta tanto a perspectiva individual como a perspectiva social. Na minha opinião, pode-se então afirmar que os MassMedia são efectivamente um potentíssimo meio de controlo, da sociedade. Os MassMedia são extraordinariamente poderosos e, perante esse poder nós encontramo-nos relativamente indefesos podendo tornar-nos "presa fácil" deles. Crianças e mesmo adultos menos preparados podem ser facilmente enganados e manipulados pelos conteúdos dos meios de comunicação, em especial dos conteúdos que se relacionam com a violência, sexualidade, a raça e mesmo a ideologia.
O aparecimento dos meios de comunicação de massas não se deu ao acaso mas resultou da necessidade de transmissão rápida e eficaz da informação que se destina a um elevado número de pessoas. A rapidez é uma característica muito importante pois o objectivo deste tipo de comunicação é atingir o maior número de pessoas no menor espaço de tempo, principalmente se se tratar de um acontecimento de importância social relevante. Esse acontecimento é relevante e "absorvido" imediatamente, desactualizando-se no momento seguinte.
A TELEVISÃO: "A Caixinha que mudou o mundo”
Talvez não seja demasiado atrevido dizer, e talvez com apoio absoluto da maior parte da população mundial, que a televisão é nada mais, nada menos do que o media mais importante no quotidiano das pessoas.
A televisão é cultura para uns e destruição e violência para outros; essa "caixinha mágica" constitui, por um lado, motivo de debate para os adultos, por outro, objecto de culto para as crianças.
A televisão está cada vez mais a fazer o papel dos pais, é uma espécie de "babysitter" electrónica que desperta a atenção da criança, acalmando a sua impaciência e irritabilidade. Mas as crianças não são todas iguais e utilizam o televisor para se divertirem e não para se instruírem. Eu penso que esta última informação é pura teoria pois as crianças ao verem televisão interiorizam modelos de comportamento e mesmo valores que tendem a imitar. Este facto pode tornar-se perigoso pelo simples facto de a criança não ver na televisão o seu próprio mundo nem mesmo uma representação real do mundo que a rodeia.
As pessoas, por vezes, ou por ignorância ou por conformismo não sabem fazer uma leitura adequada da informação, nem mesmo uma selecção dos programas que devem ou não ver.
Continuará a existir violência na televisão e nos restantes media como na vida, porque há sempre um lado escuro na natureza humana.
A televisão na minha vida sempre esteve presente e tal como eu muita gente foi influenciada pela publicidade que passa nos vários canais de televisão. Na minha opinião os canais de televisão são em parte responsáveis pela crise económica que se vive, porque passam notícias fatalistas e exageradas a toda a hora sobre empresas a abrirem falência ou a despedirem funcionários. Enfim espalham o pânico em vez de transmitirem uma mensagem de esperança ás pessoas. E depois como se isto não bastasse ainda passam milhares de anúncios publicitários a incentivarem as pessoas a recorrerem ao crédito fácil.
O CINEMA!
O cinema apareceu em Portugal durante os "loucos anos 20" encarnando essa nova época de prazer e optimismo com todos os valores e comportamentos a ela ligados. Considera-se esta época como sendo de optimismo, pois apesar das grandes dificuldades de vida nunca houve tanto luxo e tanto gosto pelos divertimentos assim como pelos bens supérfluos.
O cinema começou por consistir em mais uma atracção presente em barracas de feira ou mesmo em espectáculos de circo, sendo considerado um divertimento para os pobres. Apresenta-se como sendo um acontecimento social que conquistou, ao longo dos tempos, pessoas de todas as classes sociais.
Actualmente o cinema é um dos marcos da nossa civilização moderna, em constante mutação e em ruptura com o passado e basicamente funciona para as pessoas como um escape para a rotina e os problemas do dia-a-dia. No cinema em cada filme as pessoas podem dar azo ás suas fantasias ou seja podem “vestir a pele das suas personagens favoritas”.
A Internet
A Internet é uma das mais importantes invenções do último século.
Desengane-se quem pensa o contrário, mas realmente a internet assumiu proporções gigantescas, a todos os níveis. Quer social, económico, cultural.
Sendo neste momento um dos mais importantes veículos de comunicação nacional e internacional.
Actualmente pode-se dizer que a internet tem tudo quer para o bem quer para o mal. Por exemplo nós até há bem pouco tempo atrás para ver televisão, ouvir rádio e falar ao telemóvel precisávamos de três aparelhos como é obvio, hoje em dia basta-nos ter acesso a uma computador e á internet que já podemos ver t.v. ouvir rádio falar com outras pessoas através do Messenger ou de salas de chat, até já há sites onde podemos criar o nossa próprio canal de televisão . Basicamente a internet serve para efectuar troca de informação, aprendizagem, acesso rápido a bibliotecas digitais e acesso a documentação do nosso interesse, disponível na rede.
Desde sempre a procura de emprego preocupa a população. Nos dias de hoje é muito difícil encontrar um emprego à medida da pessoa em questão, a pesquisa deste torna-se mais fácil para quem tem acesso à Internet. Em vez de ir a diversos locais à procura de emprego, tem acesso, na Internet, a propostas de trabalho do seu agrado e que tenham a ver com os seus interesses e, para o qual se formou.
Até mesmo para responder a um anúncio de emprego, a Internet é útil porque é possível enviar o currículo ou carta de apresentação por correio electrónico, o que torna o processo muito mais rápido. A Internet facilita o trabalho em muitas profissões. Um bom exemplo é o facto de um professor poder procurar ajuda na rede para preparar uma aula.
Na minha vida profissional a internet também desempenhou um papel importante, na loja onde trabalhei usava a internet como veículo de informação entre lojas e fornecedores.

Actualmente se um estudante pretende encontrar algo que não conste nos livros a que tem acesso, pode sempre pesquisar na maior fonte de informação mundial, a Internet.
A comunicação entre diferentes culturas é fundamental no desenvolvimento sociocultural de qualquer pessoa. Portanto, um conhecimento de várias línguas e de várias culturas por parte de um estudante pode ser importante para o futuro. Os estudantes com acesso à Internet têm maior possibilidade de pesquisar sobre as profissões, os cursos e as suas saídas profissionais e quais as universidades que leccionam os cursos desejados. Os estudantes em condições especiais puderam assistir a aulas por vídeo conferência caso a sua Universidade os ajudar nesse aspecto. Nas Universidades é de facto imprescindível o uso da Internet, por exemplo, podermos ter acesso a material de apoio à aula, ter a possibilidade de ver notas, saber informações ou novidades sobre uma disciplina, etc.
A internet tem também um “lado negro” onde existem sites de pedofilia, sites a incitar á violência etc… Como tal deve ser usada com moderação e bom senso.

As pessoas, com os MassMedia, apesar de estarem ligadas a todo o mundo, estão mais afastadas que nunca. Os MassMedia trouxeram o conhecimento, mas tiraram o afecto, o calor humano. Neste momento conhece-se mais e vive-se menos.
Vivemos numa sociedade extremamente materialista criada principalmente pelos MassMedia.